Capacitar o profissional que atua na área de psicologia, educação ou saúde e outros saberes a compreender o humano a partir de uma perspectiva psicanalítica, propiciando uma abordagem crítica das diversas formas de sofrimento psíquico.

A psicanálise parte da invenção freudiana do inconsciente. Assim parte-se de como o sujeito se constitui a partir do desejo, implicação que marca o sujeito e o inscreve em uma ordem. Este olhar que contorna o bebê enlaça-o em uma trama de significantes que o captura para sempre.

Freud foi um homem do seu tempo e se interrogou sobre o mal estar de sua época: as guerras, as angústias dos homens em conflito, a neurose etc. Hoje em dia, a dor dos tempos modernos nos diz de um sujeito dividido pela falta e sedento por um prazer desmedido. Diante do mal estar ontem e hoje, o que vemos, são saídas encontradas pelo sujeito que
concretizam as perdas que ele se encontra impossibilitado de simbolizar. Cercado por diversas nomenclaturas – depressão,
pânico, TDAH, são os novos sintomas do mal estar contemporâneo.

A proposta do curso de "Especialização em Psicanálise" é de
auxiliar a formação teórica do psicanalista e dos profissionais da saúde e educação, e outros campos de saberes. Deve-se assim observar que o presente curso faz parte de uma formação acadêmica e não se apresenta como formação do analista. A formação do psicanalista é um processo mais complexo que se dá a partir dos estudos teóricos, das supervisões e da análise pessoal que se faz em instituições psicanalíticas. Entretanto, um curso de especialização ajuda na formação ao revisitar os conceitos e fundamentos teóricos e
práticos da prática analítica. O retorno constante a Freud e o rigor teórico e clínico, fez de Jacques Lacan o pós-freudiano mais fiel ao projeto freudiano de investigação do inconsciente.

Desde a Tese de 1932, Da Psicose Paranóica em suas relações com a Personalidade, Lacan se preocupou com o sujeito enquanto tal na sua individualidade, percebendo aí o quanto tal individualidade é efeito do meio social, meio humano por excelência. Mas Lacan não concebe o sujeito, aqui, como uma estrutura passiva, e, sim, como uma estrutura reacional, que se produz e se desenvolve num meio. A partir dos anos 70, Lacan, subverte a si mesmo anunciando uma orientação ao Real. Neste curso iremos tratar das duas clínicas lacanianas e suas relações de complementariedades e não de ruptura.