Nutrigenômica, nutrigenética e as doenças crônicas

Nutrigenômica, nutrigenética e as doenças crônicas

Apesar de estarem interligados, os conceitos de nutrigenômica e nutrigenética apresentam abordagens distintas quanto a relação de genes e dieta. A nutrigenômica objetiva delimitar a influência dos nutrientes no genoma. "Descreve o uso de ferramentas de genômica funcional para sondar um sistema biológico seguindo um estímulo nutricional que irá permitir uma maior compreensão de como os nutrientes afetam vias e controle homeostático". Já por outro lado, a nutrigenética se interessa em caracterizar de que modo a composição genética de um indivíduo coordena a sua resposta à alimentação. "Com isso, estuda o efeito da variação genética na interação entre dietas e doenças, interligando a identificação,caracterização de variantes de genes associados e respostas diferenciais aos nutrientes" (VALENTE et al, 2014 apud OLGUN, 2018).

Segundo estudos, cerca de 35% das pessoas entre 60 a 69 anos, 47% de 70 a 79 anos e 53% com 80 anos ou mais possuem doenças crônicas. Ainda nos números, numa proporção maior estão as mulheres (65,1%) que detém duas ou mais doenças crônicas, enquanto 20,5% detêm uma. Entretanto, somente 16,4% da população não-institucionalizada encontra-se livre de ser diagnosticada com um problema crônico de saúde. 

Com a evolução da idade, os declínios fisiológicos, além de outros problemas de saúde, começam a aparecer e o estado de saúde tende a complicar ainda mais, afetando a qualidade de vida das pessoas. Ainda, muitas doenças crônicas, como obesidade, diabetes, cânceres, entre outros possuem relação com fatores ambientais e genéticos. No rol dos fatores ambientais estão a dieta, contribuindo de forma positiva ou negativa a gravidade das patologias. 

Como mencionam Fuji, Medeiros e Yamada (2010), "o conhecimento e identificação integram a nutrigenômica. Sabe-se que muitos casos de obesidade, desordens cardiovasculares, diabetes, câncer e outras doenças crônicas estão  associados às interações entre diversos genes como os fatores ambientais. Tanto os nutrientes quanto os demais compostos dos alimentos, da dieta e do estilo de vida constituem fatores que podem alterar a expressão gênica, resultando em modificações nas funções metabólicas. Porém, o alimento é o fator ambiental merecem destaque, visto que todos somos constantemente expostos e podemos adoecer ou não em função dele" (OLGUIN, 2018).

Nutrientes e compostos bioativos modulam e regulam o genoma, assim como as características do genoma refletem na resposta à alimentação, necessidade de nutrientes e risco para doenças crônicas não transmissíveis. A ciência da interação entre genoma e alimentação contribuirá para a promoção da saúde. Por meio de dietas personalizadas e direcionadas a cada biotipo e necessidade promove a saúde e reduz o risco de doenças crônicas não transmissíveis. 

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Referências:

OLGUIN, Larissa Beatriz Pessoa. UMA ABORDAGEM DA NUTRIGENÔMICA E NUTRIGENÉTICA NO ASPECTO NUTRICIONAL NA INTERAÇÃO DE DOENÇAS CRÔNICAS. Nucleus, Ituverava, v. 15, n. 1, p. 471-482, abr. 2018. ISSN 1982-2278. Disponível em: . Acesso em: 28 ago. 2019. doi:http://dx.doi.org/10.3738/1982.2278.2927.

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