A colpocitologia oncótica: papanicolau

A colpocitologia oncótica: papanicolau

O papanicolau é dos exames ginecológicos mais realizados, feito em mulheres a partir dos 25 anos que tenham vida sexual ativa, sendo um dos exames essenciais na prevenção do colo de útero que é um dos tumores que acometem as mulheres que ocorrem com maior frequência e o quarto maior causador de morte de mulheres no país, de acordo com o Instituto Nacional do câncer. 

O exame é conhecido popularmente como papanicolau, tendo recebido essa nomenclatura por conta de seu criador, o médico romeno Geórgios Papanicolau, pioneiro nos estudos da citologia, como o exame preventivo, que trata-se de uma colpocitologia oncológica que consiste em coletar células do colo do útero a fim de diagnosticar lesões ou alterações presentes no útero.

Contribuição do exame para a saúde da mulher

Uma das indicações mais relevantes do exame é a identificação da presença do Papilomavírus Humano (HPV), que é o maior causador do câncer de colo de útero, além disso, o exame também pode diagnosticar doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis, gonorreia, clamídia e o próprio HPV, além do diagnóstico da candidíase, tricomoníase e da presença de nódulos e cistos.

Os resultados podem apontar a presença de bactérias, fungos ou anormalidades a partir da amostra coletada, caso o resultado seja positivo para alguma doença, novos exames podem ser solicitados para uma investigação mais detalhada.

Preparo e indicação do exame

Apesar de ser indicado para mulheres mais velhas, o papanicolau tambéms pode ser feito em mulheres mais jovens quando houver necessidade clínica, só há contraindicação para mulheres que nunca tenham tido relações sexuais, mas caso haja necessidade, existem espéculos próprios para esse tipo de caso. Em gestantes, o exame também não é indicado após o 4º mês de gestação, mas há perspectivas controvérsias quanto a isso, e após o parto é recomendado aguardar entre seis e oito semanas para realização do exame.

Algumas orientações são indicadas para o preparo e realização do exame, como:

  • Não ter tido relação sexual nas 72 horas precedentes ao exame;

  • Não utilizar duchas de higiene íntima;

  • Não utilizar cremes ou lubrificantes vaginais.

A depender do motivo de requerimento do exame, podem ser requisitados outros preparos.

A citologia ginecológica no contexto científico

Mesmo sendo um exame muito comum que faz parte da rotina, inclusive, dos postos de saúde espalhados pelo país pelo Sistema Único de Saúde, o ministério da saúde estima que de 12% a 20% das brasileiras, entre 25 e 64 anos, nunca tenham realizado o exame, percebendo o tabu e preconceito que ainda assola algumas áreas da população acerca da vida sexual feminina.

Apesar deste fato que precisa ser modificado, o exame preventivo do colo do útero é amplamente conhecido, principalmente como papanicolau, e na comunidade acadêmica também é chamado de esfregaço cervicovaginal ou colpocitologia oncótica cervical, que a partir do material coletado para análise pode apresentar os seguintes resultados:

  • Esfregaços normais somente com células escamosas: 1) dentro dos limites da normalidade no material analisado; 2) metaplasia escamosa imatura; 3) reparação;

  • Inflamação sem identificação do agente (alterações celulares benignas reativas ou reparativas);

  • Achados microbiológicos: 1) Lactobacillus sp.; 2) Cocos; 3) Bacilos supracitoplasmáticos (sugestivos de Gardnerella/ Mobiluncus); 4) Candida sp.; 5) Chlamydia sp.; 6) efeito citopático compatível com vírus do grupo herpes; 7) Trichomonas vaginalis; 8) Actinomyces sp.;

  • Citologia com células endometriais normais fora do período menstrual ou após a menopausa;

  • Atipias de significado indeterminado;

  • Lesão intraepitelial de baixo grau;

  • Lesão intraepitelial de alto grau;

  • Adenocarcinoma in situ ou invasor.

Cerca de 530 mil novos casos de câncer de colo de útero são descobertos por ano no mundo, e essas descobertas são realizadas através deste exame, além de todas as outras doenças mencionadas acima que também são diagnosticadas através deste método, firmando a relevância do exame na sociedade feminina.

Aos biólogos, farmacêuticos, biomédicos e médicos que almejam se aprofundar na área ginecológica e/ou laboratorial, o Instituto Monte Pascoal oferece a pós-graduação em Citopatologia Ginecológica que capacita os profissionais da área para o diagnóstico laboratorial das patologia do trato ginecológico.

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