Toxicologia Forense em Ação
A toxicologia forense é uma área de extrema importância para desvendar crimes e pode ser utilizada até mesmo para constatar casos de doping em competições esportivas. Nos termos penais, a constatação do evento e a análise de suas particularidades são premissas do processo probatório, procedimento fundamental para avaliação de quesitos necessários a determinação de autoria e materialidade.
Nos termos históricos, em 1958, Gisbert Calabuig a descreveu como um conjunto de conhecimentos implementados para a resolução dos problemas toxicológicos que levantam em sede do Direito. Contudo, no ano de 1970, Paul Matte referiu o estudo e aplicação da toxicologia ao direito de buscar a verdade nas causas civis, criminais e sociais com o intuito de não haver injustiças sociais (Martini, 2019).
Como salienta Bruno Spinosa de Martinis, docente do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP, nos casos criminais a análise da toxicologia é executada a partir dos materiais coletados, seja em pessoas vivas quanto em cadáveres, além de demais amostras extraídas do local. "O toxicologista pode atuar na cena de crime, como perito. Ele faz todo o processamento do local, desde o registro dessas amostras até a coleta e envio para o laboratório. Então ele pode trabalhar tanto in loco, coletando e garantindo a manutenção dessas amostras; no laboratório, já com as análises; e posteriormente, fazendo a emissão do laudo" (MARTINIS, 2018).
Portanto, assim ou talvez até mais que as demais profissões, a profissão de toxicologista forense exige a atualização contínua, inclusive pelo fato das novas drogas sintéticas surgirem todos os dias diante da facilidade em manipular suas moléculas. Eduardo Geraldo de Campos, doutorando do Programa de Pós-graduação em Química da FFCLRP frisa que "não se sabe o efeito, o impacto dessas substâncias diretamente sobre a saúde. Por isso os toxicologistas, de maneira geral, em todo o mundo têm trabalhado para desenvolver novas metodologias capazes de identificar os possíveis padrões de metabolização e os metabólitos, que são compostos provenientes da interação da droga com o organismo. Acho que esse é o grande desafio atual da toxicologia forense como um todo" (CAMPOS, 2018).
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Referências:
GREPI, Giovanna. Atuação da toxicologia forense é tema do "USP Analisa". Disponível em: https://jornal.usp.br/radio-usp/radioagencia-usp/atuacao-da-toxicologia-forense-e-tema-do-usp-analisa/. Acesso em: 12 set. 2019.
MARTINI, Natália Hameury. Toxicologia Forense: Perícia criminal post mortem. Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/farmacia/toxicologia-forense-pericia-criminal-post-mortem/56075. Acesso em: 12 set. 2019.