A visão holística no aspecto da humanização hospitalar
O processo de humanização tem sido alvo de diferentes esferas e, também, o objetivo da maior parte dos profissionais. Esse empenho, inclusive, é inerente ao Ministério da Saúde e ao Programa Nacional de Humanização de Assistência Hospitalar (PNHAH), lançado em Brasília no ano de 2001.
Uma necessidade ética para com os usuários, assim como com os profissionais da área da saúde, a formação humanitária exige que o coração seja colocado nas mãos, como salientou o Reitor do Centro Universitário São Camilo, o Prof. Dr. Pe. Christian de Paul. Segundo ele, nas mãos temos a técnica, só que o trabalho com o ser humano não exige apenas isso, necessita-se do coração, que é a sede do amor.
A humanização
Nesses termos, a visão holística pode ser significada como a visão de um fenômeno como um todo, levando em consideração os fatores que influenciam o fato observado. Na tradução literal, humanização é o ato ou efeito de humanizar, que nada mais é do que tornar algo humano. Humano, por sua vez, é delimitado como aquilo que é relativo ao homem ou próprio dele.
Conforme Molina (2002), o termo humanismo "é uma crença no homem, em seu valor [...} na sua capacidade de progredir e construir uma sociedade melhor". Dentro da visão holística sobre a humanização da assistência hospitalar, refere-se ao olhar do ser humano inerente ao contexto biopsicossocial, de um ser singular envolto por uma história de vida impregnada de valores culturais, no qual encontra-se fragilizado por problemas de saúde e a condição a qual se encontra.
Mezono (1979) destaca que a humanização hospitalar não deve ser "confundida com a simples adoção de uma série de medidas isoladas que visam solucionar problemas específicos da administração hospitalar". Para o mesmo, ela " deve ser integrada no quadro geral e mais amplo da melhoria das relações entre administradores e administrados".
Visão holística
A conquista do processo de humanização só é possível caso haja uma avaliação da instituição de saúde, pelo ponto de vista holístico. Assim, como sublinha Faiman et al (2003), é necessário possibilitar uma "transformação da cultura institucional, que passa a incluir e valorizar os aspectos subjetivos, históricos e socioculturais de usuários e profissionais, melhorando as condições de trabalho e a qualidade do atendimento".
Nesta perspectiva, o ser humano é avaliado tanto do ponto de vista do microcosmo, quando cada parte representa um todo, quanto do macrocosmo, em que o todo interage com os seus componentes. Portanto, o cuidado a vida não pode se desvincular e ser descontextualizado dessas circunstâncias, pois o homem só é compreendido diante de sua totalidade, suas diferenças, seu pluralismo e diversidade.
Deste modo, como postula Capra (19882), a assistência à saúde constituirá em restaurar e manter o equilíbrio dinâmico de indivíduos, famílias e outros grupos sociais. Significará pessoas cuidando da própria saúde [...] com a ajuda de terapeutas". É, portanto, uma assistência praticada de forma humana, no sentido antropológico e psicológico, de todos os integrantes.
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Referências:
STRONG, Maria Isabel; LEITE, Telma Alves de Almeida Fernandes. A influência da visão holística no processo de humanização hospitalar. In: O mundo da saúde, abr/jun 30 (2): 203-214, São Paulo, 2006. Disponível em: http://www.saocamilobr/pdf/mundo_saude/35/influencia_visao.pdf. Acesso em: 13 ago. 2019.