Além do 3D e da compatibilização de projetos

Além do 3D e da compatibilização de projetos

Durante muitos anos os projetos foram literalmente "desenhados" no papel, com a ajuda de instrumentos importantes como a prancheta, escalímetros, compassos, dentre outros. Com a evolução da indústria de computadores, que permitiu uma empresa ou profissional liberal informatizar os processos, as empresas de software começaram a produzir programas para desenho.

A produtividade aumentou de forma estrondosa e os profissionais foram obrigados a aprender e utilizar estas ferramentas. Mas ainda se tratava de um desenho de 2 dimensões. Posteriormente, estas ferramentas evoluíram e passaram a permitir a criação de desenhos em 3 dimensões. Mas ainda havia a falta de informação integrada aos desenhos, e de forma vinculada, por exemplo, detalhar as camadas de uma parede, de qual material cada camada deverá ser construída, quais as propriedades deste material, seu custo, fabricante, entre outros.

As muitas ferramentas de desenho não se integravam, cada uma desenvolvida em linguagens e tecnologias diferentes, o Building Information Modeling (BIM), em português, Modelagem da Informação da Construção, é um conceito que veio para resolver estas questões. Softwares foram desenvolvidos e trabalham baseados nestes conceitos. A interoperabilidade é uma das premissas desta filosofia e para os projetos poderem ser consolidados em um único modelo, estes e outros softwares geram informações em um formato padrão chamado IFC.

Assim, atualmente é possível modelar a construção de uma forma muito próxima da realidade, simulando o comportamento da construção antes, durante e após sua finalização. O BIM permite mais do que 3 dimensões somente. O 4D, 5D e mesmo 6D são realidade deste conceito. Cada uma destas outras dimensões está relacionada a informações como planejamento da execução, custo, orçamento e planejamento e até a operação do modelo em BIM. Estamos falando de algo muito além do que simplesmente um projeto em 3 dimensões para facilitar sua compatibilização e identificação de interferências, processo que obviamente passou a ser executado automaticamente por softwares em BIM.

Um diferencial do BIM é a informação inserida no modelo. E como a interoperabilidade é considerada uma das principais premissas do BIM, todos os profissionais envolvidos no projeto interagem com BIM, direta ou indiretamente. Engenheiros, construtores e fornecedores, dentre outros, podem extrair informações do modelo ou tomar decisões baseadas nas simulações e análises feitas diretamente no modelo.

Obviamente, a adoção do BIM impacta em investimentos e mudança cultural nas organizações. E para justificar, é importante salientar as principais vantagens com sua adoção: – banco de dados único, com todas as informações de todas as disciplinas consolidadas e atualizadas; – fácil identificação de elementos, pois em BIM um duto não é confundido com uma viga ou outra forma geométrica parecida; – alterações sem retrabalho: ao alterar um componente do projeto, esta alteração é extrapolada para todos os pontos onde o componente está presente; – maior velocidade e assertividade para alimentar outras etapas do projeto, como orçamentos e cronogramas. O profissional especializado em Compatibilização de Projetos e Planejamento de Obras em ambiente BIM pode somar em todos estes pontos elencados e desenvolver um melhor trabalho.

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